- Ano: 2011
Descrição enviada pela equipe de projeto. O castelo de Cala é uma das fortificações medievais da região serrana de Huelva; e o estado inicial de ruína levantava várias questões sobre determinados aspectos construtivos e funcionais. A intervenção passa pela valorização do conjunto monumental, através de sua recuperação volumétrico-espacial e a reparação dos danos, entendendo-o como um elemento patrimonial inserido na "paisagem cultural" que, portanto, deve ser tratado a partir de parâmetros relativos a sua atuação nela. Para tanto, foram levados em conta critérios baseados na Carta de Cracóvia de 2000, consequência da multiplicidade de textos, determinações e debates que, desde a Carta do Restauro, foram convergindo sob a perspectiva altamente não ortodoxa que pressupõe qualquer pensamento ou ação no campo arquitetônico do patrimônio.
Neste contexto, o termo "intervenção" deveria ser entendido, a rigor, como processo de pensamento e atuação para a re-habilitação com fins culturais e a recuperação social do BIC. Ou seja: o estudo, a investigação, a discussão, o processo interativo...Em resumo, o trabalho realizado por uma multiplicidade de pessoas provenientes de diversas disciplinas, além da execução final do trabalho construtivo, conduzindo à configuração formal de um dos recintos murados da faixa galega. É esta a visão mista que se pretende oferecer no presente artigo. Por isso, por exemplo, as referências à "ficha técnica" no início, como causa - não efeito - da intervenção arquitetônica, refletindo a característica interdisciplinar do processo mais do que uma concepção piramidal e hierárquica. Tudo isso no contexto da situação econômica e social de crise...
Embora o estado geral de ruína do castelo levantasse numerosas questões a respeito de determinados aspectos construtivos, existiam suficientes dados para levar à sua restauração integral, que passava fundamentalmente pela reparação dos danos e pela valorização do conjunto monumental com a recuperação volumétrica em grande escala do conjunto, assim como o resgate dos níveis de uso documentados.
É prioritário destacar que, mesmo pretendendo recuperar as linhas gerais do conjunto, se tratava de um elemento patrimonial inserido em uma paisagem que, portanto, deve ser tratado a partir de critérios de intervenção nela. Foi colocado realizar, entre outras, as seguintes ações: tratamento para eliminar material estranho nas paredes e cobertura, consolidação de paredes muradas com perdas e degradações, recuperação dos níveis de uso, e escavação em área aberta do interior do recinto, definindo o nível original fixado nas últimas intervenções arqueológicas.